ESCRITA DE INVENÇÃO
Todas estas discussões me fizeram perceber que às vezes eu me colocava na posição daquela que espera as coisas chegarem. Eu dependia (e ainda dependo) disso, como se um trabalho fosse brotar pronto da minha cabeça, assim do nada. Mas é claro que as coisas brotam, porém existe uma outra linha criativa que é construída através do trabalho. “A vida é muito curta para ser pequena” e trabalhar significa ter trabalho!!
As vezes é preciso correr atrás das coisas que nos dão sinais e perceber que elas estão ali, nos dando sinais!! Nada nasce da nossa cabeça pronto e de forma brilhante. O modo como recebemos aquilo, como escrevemos, reescrevemos e damos sentido, é um processo muito importante que vai dizer mais do trabalho do que simplesmente esperar as coisas brotarem com toda sua grandeza e geniosidade.
Outra coisa importante que foi falada é a prática do esforço e do desgaste na escrita. Estes costumes correm atrás do trabalho e andam junto com a inspiração. Por exemplo: nesta primeira aula foi proposto o exercício de escrita automática, por cinco minutos nós escrevemos coisas que vinham à nossa cabeça sem pensar, uma forma de escrita por impulso, é um trabalho difícil já que só a idéia de não pensar nos faz pensar que estamos pensando em não pensar. Pois isso mesmo o exercício é válido,existe um conflito entre a cabeça e o lápis e por estes esforços nós nos sentimos inspirados, podemos brincar sem perceber, e sem querer falar de amor porque estamos de fato sentindo o amor. É uma atividade que pode ser chamada de anti racional e Dadaísta.
Ainda nesta semana assisti a uma orientação onde falávamos sobre o que é arte! Isso é ou não é arte? Chegamos à singela proposição de que a arte é pensamento! E que a pergunta a ser feita não é o que é ou não é arte, mas sim ONDE ESTÁ A ARTE?!
É estranho quando coisas comuns convergem em uma mesma semana. Vi teorias sobre o romantismo dos escritores do século XX e muito trabalho saindo da minha cabeça, por um impulso que foi gerado de uma atividade que me leva a inspiração e não ao status gênio. Acredito que o nosso trabalho nos inspira e nossas inspirações nos fazem trabalhar.
Na aula criamos o texto da escrita automática e eu achei curioso perceber que aquelas palavras são carregadas de um ritmo que eu sempre tive. Os pontos finais são minimamente não calculados e vão se encaixando de uma maneira milimetricamente pensada. É complexo porque a gente ainda não consegue enxergar o limite do inconsciente medido com aquilo que a gente tem total razão e controle. O que quero dizer é que mesmo fazendo um exercício mecânico e pouco racional, eu continuei fazendo escolhas que diziam muito sobre o meu modo de escrever, nós nos desprendemos da razão para escrever mas a retomamos na hora do rearranjo e reescrita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário