sexta-feira, 19 de abril de 2013







Sexualidade: tema que poderia parecer uma irrelevância pública – questão absorvente, mas essencialmente privada. Poderia ser também considerada um fator permanente, pois se trata de um componente biológico e como tal necessária à continuidade das espécies. Mas, na verdade, o sexo hoje em dia aparece continuamente no domínio público e, além disso, fala a linguagem da revolução. (GIDDENS, 1992)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dezoito de abril - madrugada



Agora, eu acabei de pensar que eu corro o risco de escrever coisas que não são minhas. Eu anoto frases legais que as pessoas dizem. 
Eu não sei quem sou eu no meio das minhas coisas.

Dezesseis de abril - almoço













Agora eu penso que é ridículo escrever sobre essas metáforas

Dezesseis de abril - manhã



Já se passaram dois dias desde que comecei e parece que passo agora por um estágio de euforia misturado com angústia e pressa. Fico olhando pra dentro e tentando achar o verdadeiro sentido disso tudo. As palavras tem corrido na minha cabeça. Ao mesmo tempo que pulam em mim, elas fogem.
Três contos ou contos quatro
Contos 3,00 ou contos 4,00
3,00 contos ou contos 4,00


Construir um trabalho, assim aos poucos ás vezes me dá a sensação de que estou parindo um filho, ou de que estou apaixonada.
Parece que sou a responsável por tirar as ideias, organizar as ideias, decidir coisas. Meu coração dispara e parece dizer que não dá conta de decidir tudo isso sozinho.
É uma sensação eterna de estar extasiado perante a uma coisa grande e forte que ainda nem existe.

Respirar fundo alivia e ás vezes me dá a sensação de que está dando tudo certo.
Parar para tomar um café me dá a sensação de que não estou saindo do lugar e que está dando tudo errado.
O que quero dizer é que me sentir inspirada é sufocante e eu preciso masturbar isso para fora de mim.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quinze de abril

 









Eu sempre pensei muito em como seria a sensação de sair do nosso corpo e olhar a gente por fora. Fazer um tipo de julgamento à distância sem nenhum pré-conceito.
Descobrir que desde os treze anos eu me gastava muito com palavras. Descobri que muitas destas palavras eu queimei, muitas eu perdi e outras eu não assumi de propósito.

Juntei tudo isso em um só dia, misturei com chá de erva doce por que o café estava frio, cobri com requeijão por ser domingo, deixei esfriando por quinze horas e descobri que é infinita a sensação de se olhar por fora e encontrar um monte de gente que se parece com você.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

pornografia. erotismo. amor. sexualidade















"A emoção estética deixa o ser humano num estado favorável à recepção de emoções   eróticas. A arte é cúmplice do amor. Tire o amor e não haverá mais arte. "    -  Rémy de Gourmont





Uma hora elas acabam
A gasolina.
Talvez ela seja um pouco birrenta ou eu escreva por motivos de falta

De educação eu pedi licença para sentar
na janela
Eu sempre sento na janela.

Ele é grande e lhe faltam cabelos
Eu sinto frio e ele sua

Minha perna esfria
Ela já disse pra não trabalhar com as pernas suadas

De frio soam as sirenes
Tremendo retomam o ar

Condicionando o meu espaço
Do lado do gordo careca

De saber que estou com frio
Parei pra me arrumar
Fim da linha resolvi descer
Uma vez de cada hora

De vez em quando é fim.

Duchamp esteve aqui



ESCRITA DE INVENÇÃO

Achei a aula de escrita de invenção do Negrão muito boa, eu estava sentindo falta dessas aulas que envolviam literatura e escrita. E neste dia, mais uma vez eu tive contato com o estudo da problematização da escrita. É uma idéia que desmistifica muito o segmento do artista\poeta gênio. Eu já tinha escutado esta conversa dentro da escola em outras aulas e com outras pessoas, percebi que muitos lembram da vida artística-romântica ou o mito dos artistas gênios que viviam no século XX.

Todas estas discussões me fizeram perceber que às vezes eu me colocava na posição daquela que espera as coisas chegarem. Eu dependia (e ainda dependo) disso, como se um trabalho fosse brotar pronto da minha cabeça, assim do nada. Mas é claro que as coisas brotam, porém existe uma outra linha criativa que é construída através do trabalho. “A vida é muito curta para ser pequena” e trabalhar significa ter trabalho!!

As vezes é preciso correr atrás das coisas que nos dão sinais e perceber que elas estão ali, nos dando sinais!! Nada nasce da nossa cabeça pronto e de forma brilhante. O modo como recebemos aquilo, como escrevemos, reescrevemos e damos sentido, é um processo muito importante que vai dizer mais do trabalho do que simplesmente esperar as coisas brotarem com toda sua grandeza e geniosidade.

Outra coisa importante que foi falada é a prática do esforço e do desgaste na escrita. Estes costumes correm atrás do trabalho e andam junto com a inspiração. Por exemplo: nesta primeira aula foi proposto o exercício de escrita automática, por cinco minutos nós escrevemos coisas que vinham à nossa cabeça sem pensar, uma forma de escrita por impulso, é um trabalho difícil já que só a idéia de não pensar nos faz pensar que estamos pensando em não pensar. Pois isso mesmo o exercício é válido,existe um conflito entre a cabeça e o lápis e por estes esforços nós nos sentimos inspirados, podemos brincar sem perceber, e sem querer falar de amor porque estamos de fato sentindo o amor. É uma atividade que pode ser chamada de anti racional e Dadaísta.

Ainda nesta semana assisti a uma orientação onde falávamos sobre o que é arte! Isso é ou não é arte? Chegamos à singela proposição de que a arte é pensamento! E que a pergunta a ser feita não é o que é ou não é arte, mas sim ONDE ESTÁ A ARTE?!

É estranho quando coisas comuns convergem em uma mesma semana. Vi teorias sobre o romantismo dos escritores do século XX e muito trabalho saindo da minha cabeça, por um impulso que foi gerado de uma atividade que me leva a inspiração e não ao status gênio. Acredito que o nosso trabalho nos inspira e nossas inspirações nos fazem trabalhar.

Na aula criamos o texto da escrita automática e eu achei curioso perceber que aquelas palavras são carregadas de um ritmo que eu sempre tive. Os pontos finais são minimamente não calculados e vão se encaixando de uma maneira milimetricamente pensada. É complexo porque a gente ainda não consegue enxergar o limite do inconsciente medido com aquilo que a gente tem total razão e controle. O que quero dizer é que mesmo fazendo um exercício mecânico e pouco racional, eu continuei fazendo escolhas que diziam muito sobre o meu modo de escrever, nós nos desprendemos da razão para escrever mas a retomamos na hora do rearranjo e reescrita.