quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Marcelo Prates






No dia 21, visitamos a exposição do fotógrafo Marcelo Prates, no espaço BDMG. Na aula seguinte discutimos e escrevemos sobre nossas sensações deste dia.






É sempre bom ver exposições. Mesmo que a gente não ache tudo lindo e incrível. A gente sempre sai com alguma coisa a mais quando visitamos lugares onde estão expostos trabalhos de outra pessoa.
Achei legal o trabalho com o iPhone, principalmente das ampliações. Gostei do formato, achei adequado para o trabalho dele. Gostei também da explicação sobre o papel algodão e tive vontade de aprender mais sobre isso, entender as diferenças dos papéis e saber escolher qual é o melhor para o meu trabalho.
Não vi problema nenhum com o termo de autorização dos pichadores como foi discutido no dia. O trabalho dele faz recortes que não mostram a pichação por inteiro e ainda assim não vejo problema nisso. Acredito que a pichação ali foi abordada de um jeito bem sutil, poético e bonito.
É muito importante ouvir as pessoas contarem sobre seu trabalho, eu gosto muito. Marcelo nos contou sobre seus outros ensaios, os prontos, os planejados, os executados e percebi uma característica muito legal no trabalho dele que é o deslocamento da visão, o que ele escolhe no meio de tantas coisas. Como ele disse, o ângulo que ele faz de uma calçada muda muito o resultado e nossas impressões.
Vi muitas questões urbanas também. Recortes da cidade com suas pequenas peculiaridades, fiz ligação com sua profissão de fotojornalista.
As fotos em si não achei muito incrível, não me chamou muito a atenção. O trabalho de luz dele já é comum para mim, mesmo que seja bonito. Na aula de fotografia já vimos fotógrafos com esta proposta – não sei se isso é um problema -.
Achei que as fotografias com o iPhone ficam bem interessantes, mas a manipulação do aparelho me incomoda um pouco. Parece falso, a foto já é gerada manipulada, não entendo bem as cores, não me parecem reais. Não sei se gosto muito do resultado disso.







quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Menos é mais

Na última sessão do cineclube, recebemos o convidado Ribão, pesquisador do trabalho do cineasta português Pedro Costa. Assistimos o filme Ossos(1997),terceiro filme do diretor.

Ribão nos apresentou um pouco da história do cineasta, contou seus muitos "casos" durante a produção de seus filmes, sua grande sensibilidade em relação às pessoas e o modo como ele se relaciona com elas, fazendo seus trabalhos.

Em um destes casos, Ribão nos conta que no meio da produção do filme Ossos, o diretor se viu em uma situação estranha, que o incomodou. Pedro Costa fez o filme numa vila em portugal, com toda a produção que o cinema pode exigir (e inibir) e enquanto filmava de madrugada, pecebeu que os equipamentos de luz, incomodavam os moradores que acordavam muito cedo para ir trabalhar. Ele decidiu então que não iria usar toda aquela produção e mandou apagar todos os refletores.  Ribão conta que o câmera ficou confuso, como faria um filme sem luz. O diretor mostrou que poderia ser feito sim, aproveitando a luminosidade do lugar com pouca produção. Uma câmera e nada de luz, o 'problema' foi resolvido.


É impressionante essa sensibilidade que deixam as coisas tão belas, tão particulares neste filme. Combinado ainda com os cortes e enquadramentos, o filme me deixa a sansação de que ele é muito mais do que um filme para se ver, entender, gostar ou desgostar, assim tão rápido. Precisa ser digerido, entendido, estudado, e com essa pequena conversa com Ribão eu pude ver a grandesa do cinema (e das coisas simples). Ganha-se muito quando se é pequeno. O que parecia ser um incômodo, uma dificuldade, virou um potêncial que transformou toda a história do filme, que foi premiado no Festival de Veneza pela sua linda fotografia. 


Tem muitas coisas interessantes nessa relação do cinema com o Pedro Costa, vimos alguns trechos do filme No quarto da Vanda, e tenho mesma sensação de que os acontecimentos não são lineares, que as coisas demoram para acontecer, temos a sensação de que estamos perdidos no filme, mais ainda assim conseguimos perceber a beleza de cada plano, seus cortes cheios de pontencial, sua direção imprevisível, a falta de diálogo entre os personagens. Tudo isso são coisas simples que embelezam as produções do cineasta, que não podem ser vistas somente uma vez.


Trailer do Filme Ossos